MOÇAMBIQUE, UM HERÓI DOS TEMPOS MODERNOS!
Edson Amândio Maria Lopes da Luz (6 de maio de 1984 - 9 de março de 2023), mais conhecido pelo nome artístico Azagaia, foi um rapper moçambicano famoso por suas músicas que abordavam questões políticas e justiça social em Moçambique. Em 2014, foi descrito como "o rapper moçambicano mais influente". Até 2013, Azagaia foi membro do Movimento Democrático de Moçambique.
Mocambique.TV Em fevereiro de 2008, Azagaia lançou a música "Povo no Poder"; a canção gerou polêmica e levou a uma intimação para comparecer à Procuradoria-Geral, sob alegações de "atacar a segurança do Estado". "Povo no Poder" tornou-se um hino dos manifestantes contra o governo moçambicano. Em sua letra, Azagaia lamenta o aumento do custo de vida e os baixos salários. Ele também afirma que o governo está além de qualquer redenção e promete que não pode deter os protestos do povo. Azagaia frequentemente acusava políticos do partido governista FRELIMO, de origem marxista-leninista, de explorar os cidadãos comuns para sustentar suas vidas luxuosas. Durante sua vida, o governo tratou Azagaia com hostilidade. Ele foi preso, suas músicas foram censuradas pela média estatal, e o Ministério Público o acusou de incitar violência após o lançamento de "Povo no Poder".
Em 9 de março de 2023, Azagaia faleceu em sua casa em Maputo devido a complicações relacionadas à epilepsia. Ele tinha 38 anos. No dia 14 de março, dia de seu funeral, as forças de segurança agiram com brutalidade contramanifestantes quando a multidão tentou carregar o caixão do rapper passando pela Ponta Vermelha, residência oficial do presidente.
Pelo menos 19 pessoas ficaram feridas só em Maputo, duas delas gravemente. Segundo relatos, um manifestante perdeu um olho após ser atingido no rosto por uma lata de gás lacrimogêneo. A polícia também agrediu um homem desarmado que estava deitado no chão antes de arrastá-lo para dentro de uma viatura policial.
A procissão entoava músicas populares de Azagaia, incluindo "Povo no Poder" e "Vampiros", em que o rapper comparava os líderes corruptos da FRELIMO a vampiros.
