MOÇAMBIQUE EM TURBULÊNCIA: RAPTO, REPRESSÃO BRUTAL E UMA NAÇÃO EM REVOLTA

Moçambique enfrenta uma crise crescente marcada por repressão política, repressão violenta e indignação pública. Eventos recentes mostraram que as forças de segurança são acusadas de raptos, execuções extrajudiciais e tortura brutal, especialmente contra indivíduos ligados a movimentos de oposição e mídia independente. A prisão de Wilson Matias, acusado de administrar uma página anônima expondo a corrupção, provocou ampla condenação, destacando a crescente intolerância do governo à dissidência. Relatos de tortura e violações dos direitos humanos continuam a surgir, enquanto o governo aperta seu controle sobre a informação. A decisão da União Europeia de bloquear comentários na página de sua missão de observação eleitoral aumentou ainda mais as preocupações sobre a erosão das liberdades democráticas em Moçambique. O país está em uma encruzilhada, com a repressão aumentando e a resistência se fortalecendo.

1. No dia 29 de janeiro, as forças de segurança supostamente raptaram um apoiador de Venâncio Mondlane, que foi levado ao comando distrital de Manhiça. Os moradores então foram ao comando distrital, prontos para enfrentar a polícia. Duas pessoas foram mortas a tiros pela Unidade de Intervenção Rápida. Em resposta, manifestantes bloquearam estradas, foram à residência oficial do presidente da câmara de Manhiça e destruíram tudo. No dia 31 de janeiro, em Matola, agentes da investigação criminal invadiram uma residência e levaram um jovem. Em resposta, os moradores capturaram um dos agentes e exigiram uma troca de reféns. Após algumas horas, a troca foi realizada.

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2. O jovem detido, acusado de ser responsável pelo perfil “Unay Cambuma”, chama-se Wilson Matias, tem 26 anos, nasceu em Manica e mudou-se para Maputo em busca de formação universitária. Atualmente, ele está detido na Prisão de Segurança Máxima B.O., enfrentando acusações de difamação, calúnia, incitação à violência, ataque contra o Estado e outros crimes graves. No momento, as autoridades estão registrando os nomes das pessoas que colaboraram com ele, fornecendo informações para publicação na página. As evidências sugerem que Wilson não foi localizado por meio de rastreamento avançado, mas sim por pistas que ele mesmo deixou. A página em questão passou por várias mudanças de nome ao longo do tempo, sendo “Hora do Povo” um dos mais conhecidos. Durante esse período, Wilson, sem manter o anonimato, publicou uma carta aberta endereçada a Fred Jossias, assinando no final como: “Wilson Matias, o dono da página Hora do Povo”. Ele supostamente esqueceu de apagar a maioria das postagens antigas da época em que a página ainda se chamava “Hora do Povo”, o que acabou revelando evidências claras de sua identidade e conexão com o conteúdo divulgado, culminando na prisão que hoje ganha repercussão nas redes sociais. Mais uma vez, a Frelimo mostra sua verdadeira face, usando a polícia estatal como ferramenta de terror. Eles prenderam dois jovens inocentes, acusando-os de administrar uma página anônima que expõe a corrupção e defende os direitos dos moçambicanos.

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2. Sob custódia, um dos jovens foi brutalmente torturado, com grampos perfurando suas partes íntimas, deixando-o incapaz de se mover. Isso não é justiça - isso é repressão. Na Prisão Central de Maputo, um mês depois: ainda não há nomes das vítimas do massacre perpetrado pelas forças de segurança. Aqui está a publicação completa em documento PDF.

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4. A página do Facebook da Missão de Observação Eleitoral da União Europeia em Moçambique 2024 bloqueou comentários. Será que a União Europeia, a comunidade que mais prega a democracia no mundo, tem medo da liberdade de expressão, um dos pilares da democracia? Eles fazem isso na Europa?