EM UM PAÍS POBRE E FAMINTO, O CRIME FLORESCE. EM UM PAÍS BEM ADMINISTRADO E BEM ALIMENTADO, O CRIME É MÍNIMO
Como o crime prospera em países pobres e mal administrados, onde sistemas jurídicos fracos são vulneráveis à corrupção e à influência política. Durante a transição de uma ditadura para a democracia, a instabilidade é frequentemente inevitável, mas necessária para uma verdadeira reforma da governança.
Em um estado fraco, a lei e a ordem não funcionam. Em um estado fraco, o sistema de justiça e os serviços responsáveis pela aplicação da lei são suscetíveis a subornos e pressões políticas dos que estão no poder, tornando-se incapazes de aplicar a legislação. Em um país governado por máfias políticas, grupos criminosos organizados têm carta branca para suas atividades ilegais. Além disso, durante o período de transição de uma ditadura política para uma verdadeira democracia, o país fica exposto à desestabilização econômica e social. Infelizmente, esses são frequentemente os custos que as sociedades devem suportar para conquistar um governo e uma administração independentes e democraticamente eleitos.
Que essa mudança aconteça em Moçambique o mais rápido possível. Que o governo atual finalmente compreenda que seu tempo chegou ao fim. Que tenham o mínimo de decência para se olhar no espelho e dizer "Eu desisto". E, em vez de negarem a realidade, que se juntem ao processo de democratização e normalização do nosso Estado moçambicano comum.
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No distrito de Murrumbala, na província da Zambézia, ocorreu recentemente um confronto violento. Relatórios indicam que um grupo conhecido como Naparamas perseguiu um indivíduo apelidado de "ditador dos homicídios", que supostamente trabalhava com a polícia local.
Durante o confronto, o comandante adjunto da polícia distrital de Murrumbala foi decapitado pelos Naparamas. O homem foi morto ontem, sob acusações de que teria sido responsável pela morte de muitas pessoas em Murrumbala durante os recentes protestos.
Este incidente destaca a crescente insegurança em partes de Moçambique, onde confrontos violentos estão aumentando. As autoridades ainda não emitiram uma declaração oficial, mas as preocupações crescem diante das supostas ligações entre grupos criminosos e alguns membros das forças de segurança.