DIPLOMACIA BRITÂNICA EM RELAÇÃO AO FRELIMO

A diplomacia é a arte de enviar alguém para o inferno de tal forma que ele peça orientações. Essa é uma paráfrase das palavras de Winston Churchill, que certa vez disse que "a diplomacia é a arte de dizer a alguém para ir para o inferno de maneira que a pessoa sinta um entusiasmo crescente com a perspectiva da expedição iminente".

Se é disso que se tratou a mensagem de ontem da Embaixada do Reino Unido, é difícil dizer. Talvez tenha sido uma declaração escrita por algum terceiro-secretário de segunda categoria da embaixada. Mesmo na administração diplomática, há pessoas sem educação, preguiçosas e, por vezes, simplesmente tolas. Talvez a diplomacia britânica de Sua Majestade tenha cometido uma gafe simples, afinal.

Até mesmo a Rainha Elizabeth II, quando criança, fez uma saudação nazista. Em 2015, um jornal britânico revelou um filme do início dos anos 1930 mostrando o rei Eduardo, a mãe de Elizabeth e ela mesma, todos retratados fazendo uma saudação nazista. No entanto, isso não impediu os britânicos de lutar bravamente contra os nazistas em todas as frentes da Segunda Guerra Mundial.

Os britânicos, é claro, cometeram mais gafes, algumas vezes de forma não intencional e outras intencionalmente. É importante lembrar que o Reino Unido é uma ilha separada da Europa. Mesmo tendo sido membro da União Europeia, o Reino Unido não adotou a moeda comum europeia, o euro. O Reino Unido e os britânicos nunca foram uma nação solidária no contexto europeu, sempre lembrando do império onde o sol nunca se punha – o império que obteve os maiores lucros colonizando quase todo o mundo.

A falta de solidariedade britânica com o mundo das pessoas livres, ou seja, os típicos valores europeus, levou o Reino Unido a deixar as fileiras da União Europeia. O que é ainda pior, pois não foi uma decisão administrativa comum, mas sim a vontade do povo britânico expressa em referendo.

Se as congratulações de ontem da Embaixada Britânica são uma mensagem ao partido Frelimo e ao governo Frelimo para "irem para o inferno", ou se foi apenas uma bronca burocrática, só o tempo dirá.

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