UNIÃO EUROPEIA NO CONTEXTO DOS RECENTES ACONTECIMENTOS POLÍTICOS EM MOÇAMBIQUE

Eu não entendo de forma alguma a abordagem e as ações da União Europeia no contexto dos recentes acontecimentos políticos em Moçambique.

UNIÃO EUROPEIA NO CONTEXTO DOS RECENTES ACONTECIMENTOS POLÍTICOS EM MOÇAMBIQUE

Primeiro, o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal (um país que faz parte da União Europeia, mas que não tem relevância alguma na União Europeia, sendo apenas um pedinte nos corredores de Bruxelas) mente descaradamente aos telespectadores na televisão portuguesa ao afirmar que está em constante contacto com o Sr. Venâncio Mondlane. Isso revela-se uma completa mentira, já que o líder informal do povo em Moçambique afirmou ter falado com ele apenas uma ou duas vezes. Apesar disso, o Ministro participou na cerimônia de posse do novo presidente sem qualquer vergonha.

Recordo a todos que as eleições em Moçambique foram completamente manipuladas. Recordo que o partido Frelimo afirmou ter recebido 70% de todos os votos eleitorais. Recordo também que mais de 300 pessoas foram mortas em protestos contra a fraude eleitoral, mais de 5.000 pessoas estão presas e mais de três execuções com motivações políticas foram cometidas, muito provavelmente pela polícia secreta do Frelimo.

Depois disso, assistimos a outra declaração bizarra da União Europeia sobre a situação política em Moçambique: uma reunião com toda a oposição, mas sem uma figura principal. É como jogar uma partida de futebol entre Portugal e Argentina sem Ronaldo e sem Messi. Talvez a União Europeia tenha algum acordo discreto com Venâncio Mondlane e, possivelmente, esteja agindo como mediadora silenciosa ou ajudante silenciosa da verdadeira democracia. Contudo, até agora, não há sinais de que a narrativa da verdadeira e única oposição democrática, liderada por Venâncio Mondlane, esteja sendo amplamente ouvida nos corredores de Bruxelas.

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