Presidente do Povo Moçambicano - Sua Excelência Venâncio Mondlane
Presidente do Povo Moçambicano, Sua Excelência Venâncio Mondlane
Caros irmãos e irmãs moçambicanos,
Hoje dirijo-me a todos vocês com o coração cheio de gratidão e um forte senso de responsabilidade. Primeiramente, quero agradecer profundamente a cada um de vocês que se dirigiu ao Aeroporto de Mavalane para me receber. Agradeço também àqueles que acompanharam a minha chegada pela televisão, pelas redes sociais e pelas diversas plataformas de transmissão ao vivo. O apoio de todos vocês é uma força inestimável.
Estou aqui em Moçambique porque este é o meu país, a minha terra. É o lugar onde cresci, onde tenho raízes profundas, e onde luto por justiça, dignidade e liberdade para todos os moçambicanos. Hoje, vivemos momentos sombrios em nossa nação. Estamos diante de uma grave crise de direitos humanos e de um Estado que tem demonstrado indiferença pela vida e pela dignidade do seu povo.
Nos últimos dias, testemunhamos episódios de violência desumana. Jovens foram assassinados, cidadãos foram perseguidos e equipes de trabalho, atacadas sem qualquer justificação legal. Equipamentos foram confiscados, vidas foram ameaçadas, e disparos foram feitos indiscriminadamente contra pessoas que apenas buscavam expressar a sua voz.
Pergunto a vocês: até quando vamos aceitar viver sob esse terrorismo de Estado? Até quando permitiremos que nossas vozes sejam silenciadas, que nossos direitos sejam esmagados e que nossas vidas sejam tratadas como números descartáveis?
Na segunda-feira, dia 13 de janeiro, inicia-se um novo ciclo político, com a tomada de posse dos deputados da Assembleia da República. Mas pergunto: esses representantes realmente irão defender os interesses do povo? Ou estarão lá para proteger interesses próprios, ignorando o sofrimento e a vontade dos moçambicanos?
Chegou a hora de o povo mostrar sua força. Proponho que nos próximos dias — segunda-feira, terça-feira e quarta-feira — façamos uma manifestação nacional pacífica. Não destruamos bens públicos ou privados. Não ataquemos uns aos outros. Demonstrar nosso repúdio é nosso direito constitucional.
Na segunda-feira, ergamos cartazes contra os traidores da vontade popular. Na quarta-feira, expressemos nossa rejeição contra os que roubaram os votos do povo. Imprimam, em tamanho A4 ou A3, a imagem do candidato em quem vocês verdadeiramente votaram e exibam essa imagem durante esses três dias. Vamos mostrar ao mundo quem o povo escolheu.
Estes três dias são cruciais para o futuro de Moçambique. É o momento de decidir se queremos continuar humilhados e escravizados ou se vamos mostrar que o poder verdadeiramente pertence ao povo.
Estou aqui, disposto a enfrentar qualquer consequência. Sei que há processos judiciais contra mim, e estou pronto para responder perante a justiça. Mas lembrem-se: a verdadeira libertação de Moçambique não depende de mim ou de qualquer líder isolado. Depende da coragem de cada um de vocês.
Unamo-nos por uma causa maior: a construção de um Moçambique livre, justo e democrático. Vamos demonstrar que o povo é soberano e que não aceitamos mais viver sob opressão.
Um forte abraço a todos e muita força nesta luta. Juntos, venceremos!
Viva Moçambique!